sábado, 27 de outubro de 2012


No quarto fechado do andar de cima vejo você iluminada pela única luz que entra pelos vitrais.
Cor é dada a tua pele pálida, sofrida de tantas batalhas internas.
Pétalas de flores estão espalhadas sobre a cama king, e, sobre pétalas, você, embalada pelo francês que a agulha da vitrola arranha.
Poucos retalhos, vergonhas expostas, e só consigo fixar meu olhar em seu rosto;
Porque é nele que o mapa do meu mundo está escrito.


Heitor Gabriel
Retalhos de papel cobrem o chão do meu quarto.
Tentei expressar neles a tua caricatura.
Colocar tudo que via em você, mas nada coube, nem nada saiu.
A leveza de um beija-flor que zela tanto por suas tulipas;
A doçura de uma criança que nunca amadurece.
Tentei gravar tudo aquilo que sinto por você neste papel;
E deixar tudo isso lá, distante de mim, arrancado de mim.
Nada saiu.
Você não sai de mim.
Impregnada em mim.

Com aquarela pinto nossas auras.
Mas o pepel de fina espessura é rompido;
Por não suportar ter que carregar tanto sentimento
Água rompe o papel.
Água te fortalece.
Nada pode nos romper.

De pergaminhos é feita a minha pele.


Heitor Gabriel