sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Numa viagem de Peregrino muitas coisas são vistas, conhecimentos são adquiridos, e, como coletores de experiências, temos que passar isso adiante. Entre pólos norte e sul, vi e vivi verdadeiros extremos que vão além de uma delimitação geográfica, cultural ou social. Aprendizes viram mentores um dia, sem esquecer que a vida é a mestre eterna. Cheguei a um ponto da vida em que finalmente consegui tomar algumas conclusões do mundo, das pessoas, da natureza, e principalmente, de mim mesmo, que é o maior passo que pude ter dado até hoje, porém, deixando claro que opiniões são metamórficas.

Em Peregrino Aprendiz, nunca consegui dizer nada que eu realmente quis ao mundo, grande falha minha de exteriorizar pensamentos. Gritar o mundo sempre foi meu objetivo, abraçá-lo, curá-lo. Então, fica aqui a minha breve e chula despedida, dando espaço a um novo lugar onde eu possa, em tentativas árduas, expor o mundo como eu o vejo.

sábado, 27 de outubro de 2012


No quarto fechado do andar de cima vejo você iluminada pela única luz que entra pelos vitrais.
Cor é dada a tua pele pálida, sofrida de tantas batalhas internas.
Pétalas de flores estão espalhadas sobre a cama king, e, sobre pétalas, você, embalada pelo francês que a agulha da vitrola arranha.
Poucos retalhos, vergonhas expostas, e só consigo fixar meu olhar em seu rosto;
Porque é nele que o mapa do meu mundo está escrito.


Heitor Gabriel
Retalhos de papel cobrem o chão do meu quarto.
Tentei expressar neles a tua caricatura.
Colocar tudo que via em você, mas nada coube, nem nada saiu.
A leveza de um beija-flor que zela tanto por suas tulipas;
A doçura de uma criança que nunca amadurece.
Tentei gravar tudo aquilo que sinto por você neste papel;
E deixar tudo isso lá, distante de mim, arrancado de mim.
Nada saiu.
Você não sai de mim.
Impregnada em mim.

Com aquarela pinto nossas auras.
Mas o pepel de fina espessura é rompido;
Por não suportar ter que carregar tanto sentimento
Água rompe o papel.
Água te fortalece.
Nada pode nos romper.

De pergaminhos é feita a minha pele.


Heitor Gabriel

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Teenage Dream

Ponha o seu Varney e a sua bota surrada, entre no meu conversível sem abrir a porta: nós vamos para Vegas. Vista a sua camisa navy, deixe o Folk fluir em você, e acrescente um efeito agfa nesse dia ensolarado. Na estrada, onde ar fresco vindo das matas bagunça os meus cabelos, quem sabe eu encontre o Mr. Tambourine Man e peça para que ele nos toque uma música.

Aperto meu amuleto quileute bem próximo ao coração para que ele não voe. Aquele que ganhei no mesmo dia em que com cera, gravei as iniciais dos nossos nomes em meu braço, e que com faca, selei nosso amor em uma árvore, ao som do banjo e do elephant gun que saíam de uma vitrola. Quem sabe a gente não pare pra descansar de baixo de uma dessas árvores de outono que deixam cair folhas rosa? Podemos até comer cookies, beber coke, e fumar narguilé enquanto leio “Os contos de Beedle, o Bardo” para você.

Espero que essa viagem dure uma eternidade e que meu inglês não seja tão ruim assim.

Heitor Gabriel

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nostalgia.

E os fogos de artifício do lado de fora da janela, mas que parecem estar junto aos meus ouvidos, anunciam o São João na pequena Aracaju, me despertando de problemas, trabalhos, faculdades e decepções. Eu daqui e um menino louro dali, que, em uma cidade que parece estar tão distante, segura sua sacola de bombas ao lado de uma fogueira acesa na frente da casa da vó numa praça de tamanha afeição, juntos gritam, ignorando o zumbir dos ouvidos e a fumaça impregnada nas narinas, e principalmente nas roupas quadriculadas, simplesmente gritam um viva a São João.

Heitor Gabriel