sábado, 27 de outubro de 2012

Retalhos de papel cobrem o chão do meu quarto.
Tentei expressar neles a tua caricatura.
Colocar tudo que via em você, mas nada coube, nem nada saiu.
A leveza de um beija-flor que zela tanto por suas tulipas;
A doçura de uma criança que nunca amadurece.
Tentei gravar tudo aquilo que sinto por você neste papel;
E deixar tudo isso lá, distante de mim, arrancado de mim.
Nada saiu.
Você não sai de mim.
Impregnada em mim.

Com aquarela pinto nossas auras.
Mas o pepel de fina espessura é rompido;
Por não suportar ter que carregar tanto sentimento
Água rompe o papel.
Água te fortalece.
Nada pode nos romper.

De pergaminhos é feita a minha pele.


Heitor Gabriel

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